Diagnóstico – primeiro passo para a solução de um problema

Empresários lidam com problemas diariamente. Com muita frequência eles persistem mesmo quando se acha que devia estar resolvido. Uma das causas, provavelmente a principal causa, é o diagnóstico errado.

Mesmo que não tenha parado para pensar no processo que o levou a tomar uma decisão ao tentar solucionar um determinado problema, o empresário previamente fez um diagnóstico. Diagnóstico é o processo que leva a identificar a sua causa.

 

Três palavras merecem a atenção neste último parágrafo, além, é claro, de diagnóstico, que é a questão relevante que está em análise: problema, processo e decisão.

Problema

É algum fato, situação, atividade ou coisa similar que está gerando, a juízo do empresário ou da pessoa que está avaliando o fato, um resultado não desejado. Por ser não desejado, ele incomoda, pois, mais uma vez, a juízo desta pessoa, está provocando uma perda. Esta perda pode ser emocional, de caráter pessoal ou financeira. A questão relevante é que tal fato precisa ser eliminado para que cessem esses efeitos.

Processo

Pode ser definido como uma série de atividades, físicas e/ou mentais, que acontecem simultaneamente ou em sequência que, a partir de uma entrada, busca atingir um determinado objetivo. O processo segue regras declaradas ou não, mas elas existem– é desejável ter consciência de tais regras – e consome recursos (tempo, dinheiro, pessoas, etc.). Para o caso em análise, o objetivo é encontrar a verdadeira causa de um problema, ou seja, elaborar um diagnóstico, que é a condição prévia para poder desenvolver uma solução do problema, ou seja, a erradicação dos efeitos não desejados que foram identificados pelo empresário ou pela pessoa em questão.

 

Decisão

É a etapa imediatamente anterior à ação. Para agir, uma pessoa deve comandar, a partir do cérebro, seus músculos e todos os componentes do seu corpo que transformam o pensamento em ação. Um processo existe e pode começar apenas e tão somente após alguém tomar a decisão de criar o processo e de iniciar a sua execução.

Resumindo, a pessoa percebe alguma coisa incomodando e a identifica como problema, toma a decisão que precisa eliminar esse incômodo, recolhe informação e inicia um processo para identificar a causa real que está gerando o fato que incomoda, que chamamos de diagnóstico, e chega a um diagnóstico. Somente depois de concluído este processo é que se inicia um novo processo, aquele que leva à solução do problema.

 

Reflexão: ter consciência do processo melhora o diagnóstico?

Quantas decisões são tomadas ao longo das nossas vidas, pessoais e profissionais, em que passamos por esses processos sem sequer perceber que estamos executando tais processos? A intenção é provocar a seguinte reflexão: ter consciência do processo melhora o diagnóstico? Melhorando o diagnóstico, a solução dos problemas melhora? Intuitivamente, a resposta seria sim para ambas as duas perguntas.

Iniciamos respondendo a segunda pergunta, e sem argumentar muito, conclui-se que, pela negativa, qualquer solução tentada com base em um diagnóstico errado está fadada ao fracasso pois se estaria agindo sobre a causa errada, pressupondo que ela era a real causa.

Reformulando a segunda pergunta, ter consciência do processo de diagnóstico aumenta a chance, a probabilidade, de elaborarmos um diagnóstico correto? Não necessariamente. Pessoas muito experientes e especializados conseguem fazer diagnósticos nas suas áreas de especialização de forma muito rápida e segura quase que intuitivamente. Entretanto, essa mesma confiança pode tornar-se fonte de erros na medida em que se deixa de questionar outras possíveis causas.

 

Condições para elaborar bom diagnóstico

Mesmo os mais experientes e os mais proficientes profissionais, via de regra procuram métodos para confirmar os seus diagnósticos iniciais e diminuir o risco de cometer um erro. A própria experiencia lhes revela esta necessidade. Aplicar sistematicamente metodologias de acesso a dados e processamento dos mesmos gerando informações consistentes e relevantes para a situação em questão é a chave para elaborar um diagnóstico preciso. A mesma conclusão pode ser estendida para o restante do processo de solução do problema, que envolve o planejamento, a implantação e o acompanhamento da solução adotada.

Os conhecidos MASP (Métodos de Análise e Solução de Problemas) abrangem toda uma cultura de abordagem que se estende desde a percepção inicial dos sintomas do problema, passando pela elaboração de um diagnóstico, a escolha de uma solução e a sua implantação até ter o problema resolvido, empregando métodos, metodologias e técnicas que limitam os erros e os riscos.

A simplicidade, a eficiência e a eficácia demonstrada e evidenciada na aplicação destes métodos será sempre para mim uma grande incógnita na medida em que percebo que as pessoas resistem a adota-las de forma rotineira.

De início, o maior erro, é na elaboração do diagnóstico, ao confundir-se com mais frequência do que seria desejável, o sintoma com o problema.

Perfil do Autor

Cristian Welsh Miguens
Cristian Welsh Miguens
Sócio Diretor da IRON Consultoria

Foi Presidente do IBCO-Instituto Brasileiro dos Consultores de Organização e Delegado diante do ICMCI; é sócio Diretor da IRON Consultoria; foi Professor da Escola de Negócios da Universidade Anhembi Morumbi em São Paulo.

Cristian Welsh Miguens

View posts by Cristian Welsh Miguens
Sócio Diretor da IRON Consultoria Foi Presidente do IBCO-Instituto Brasileiro dos Consultores de Organização e Delegado diante do ICMCI; é sócio Diretor da IRON Consultoria; foi Professor da Escola de Negócios da Universidade Anhembi Morumbi em São Paulo.